Gilberto Barcelos Souza1, Nayara Fernandes Paes1, Amanda Castro Domingues da Silva2, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Rachel Nunes Ornellas1, Fabíola Giordani2, Mauricio Lauro de Oliveira Júnior1, Luiz Stanislau Nunes Chini1, Bruna Figueiredo Martins2, Mariana Souza Rocha1, Fabio Moore Nucci1, Águeda Cabral de Souza Pereira1 & Márcia de Souza Antunes1.
1Hospital
Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br.
Introdução: Interação
medicamentosa potencial (IMP) é a possibilidade de um medicamento modificar a
intensidade do efeito farmacológico de outro administrado concomitantemente1. A
Digoxina, glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e
insuficiência cardíaca congestiva (ICC)2, apresenta baixo
índice terapêutico3, devendo ter a dose cuidadosamente
titulada e monitorada. Algumas interações medicamentosas e condições
clínicas podem alterar a farmacocinética da Digoxina ou a suscetibilidade do
paciente à intoxicação digitálica4.
Objetivo: Analisar a
ocorrência de IMP entre Digoxina e outros fármacos em um paciente internado na Hematologia
de um hospital universitário.
Metodologia: Relato de
caso obtido a partir de estudo prospectivo e descritivo, em que as cópias das
prescrições da unidade de internação de Hematologia, foram analisadas para a
identificação de IMP (CAAE n° 65893817.1.0000.5243).
Resultados: Paciente
PCS, masculino, 71 anos, portador de tricoleucemia variante,
hipertensão, ICC e fibrilação atrial. Admitido no setor em
21/06/2017 com prescrição: Omeprazol 40 mg VO 1x/dia, Alopurinol 100
mg VO 1x/dia, Carvedilol 6,25 mg VO 2x/dia, Furosemida 40 mg IV 2x/dia,
Espironolactona 25 mg VO 1xdia, Losartana 50 mg VO 2x/dia, Ácido
acetilsalisílico 100 mg 1x/dia, Digoxina 0,25 mg VO 1x/dia e Enoxaparina 60 mg
SC 2x/dia. Foram encontradas nove IMP: destas, cinco sugerindo aumento da
concentração plasmática de Digoxina e risco de toxicidade digitálica (náusea,
vômito e arritmia)5. Em contato com o médico prescritor, a Farmacêutica
sugeriu a dosagem sérica de Digoxina e o resultado estava dentro
da faixa aceitável. Entretanto, no 6º dia de internação o paciente apresentou hipomagnesemia
e no 8º, hipocalemia, sinais clássicos da interação entre Digoxina e Furosemida5.
Foi realizada a reposição dos eletrólitos.
Conclusão: Cerca
de seis medicamentos são prescritos por dia aos pacientes internados6.
Neste relato, a presença diária da Farmacêutica na Hematologia foi fundamental
para a detecção de IMP, alertando ao médico sobre a necessidade da solicitação de
exames laboratoriais complementares e a realização de medidas corretivas,
destacando, desta forma, a importância das atividades farmacêuticas clínicas.
Palavras-chave: Interações medicamentosas
potenciais, Interações digitálicas, Farmácia Clínica.
Referências:
1.Nies AS. Princípios da terapêutica. In: Hardman JG; Limbird LE. (Org.). Goodman
& Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. 10. ed. Rio de Janeiro:
McGraw-Hill, 2005, p. 35- 50.
2.Digoxina.
[Bula]. Anápolis: Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A; 2016.
3.Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Brasil). Resolução n° 67, de 8 de outubro de 2007. Dispõe
sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para
Uso Humano em farmácias. Diário Oficial da União 9 out. 2007; Seção 1.
4.Ooi H, Colucci WS. Tratamento
farmacológico da insuficiência cardíaca. In: Hardman JG; Limbird LE. (Org.).
Goodman & Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. 10. ed., Rio de
Janeiro. McGraw-Hill, 2005, p. 679-702.
5.Micromedex®
Healthcare Series: MICROMEDEX 2.0, Greenwood Village, Colorado. [acesso em 21
jun 2017] Disponível em: www.periodicos.capes.gov.br.
6.Lima REF; Cassiani
SHB. Interações medicamentosas potenciais em pacientes de unidade de terapia
intensiva de um hospital universitário. Rev Latino Am Enfermagem 2009:17(2): mar/abr
2009.
Poster in: 9º Congresso Riopharma de Ciências Farmacêuticas. 21 a 22 de setembro de 2017. Rio de Janeiro. RJ. Brasil.